Até certo ponto, o medo e a ansiedade são adaptativos, pois nos preparam para lidar com futuras ameaças. O medo é um sentimento à uma ameaça iminente real ou percebida, enquanto a ansiedade é a antecipação dessa ameaça futura. Assim, é compreensível que antes de dar uma palestra, no primeiro encontro ou em uma entrevista de emprego, possamos sentir medo e ansiedade. É o que chamamos de ansiedade adaptativa, que nos prepara para estarmos alertas ao encararmos essas situações.
No entanto, o medo e a ansiedade podem ser desadaptativos. Quando são excessivos e persistentes, além de períodos apropriados, e não são momentâneos, com frequência induzidos pelo estresse da vida cotidiana, durando seis meses ou mais, podem ser um problema. As pessoas também podem superestimar o perigo, e a ansiedade pode surgir sem motivo aparente. Assim, a ansiedade atrapalha a realização das tarefas cotidianas, e é um indicativo de que você precisa buscar ajuda.
Abaixo, abordaremos 6 sinais de que você precisa de ajuda para lidar com isso.
- Sinais físicos
Os sinais físicos da ansiedade podem incluir palpitações, coração acelerado, tensão muscular, sudorese, tremores, sensações de falta de ar ou sufocamento, dor no peito, náusea, tontura, calafrios e sensação de formigamento. Assim, se diante situações normais do seu dia a dia você reage dessa forma, como um homem das cavernas agiria se um leão estivesse o perseguindo, sua ansiedade não é mais adaptativa.
- Sintomas cognitivos
Sensação de perda de controle, problemas de memória e de concentração e distúrbios do sono, como dificuldade para adormecer ou permanecer dormindo, podem ser sintomas cognitivos da ansiedade. Se você não consegue dormir ou acorda no meio da noite pensando em tudo o que tem que fazer, tem dificuldade de se concentrar nos estudos ou no trabalho ou, ainda, tem a percepção de que perdeu o controle de tudo, talvez a ansiedade esteja sendo o grande problema para você.
- Procrastinação
Tentar adiar tarefas difíceis ou desagradáveis, como abrir a sua caixa de e-mails ou não começar um relatório até que você esteja “pronto” para lidar com isso, pode ser sinal da ansiedade. A procrastinação e a evitação excessiva, como quando você gasta mais tempo tentando evitar do que realizando a tarefa, são indicativos de um problema.
- Pensamentos excessivos
Você tem percebido que seus pensamentos estão a milhão? Que você sequer consegue se concentrar para fazer suas atividades, por que não consegue parar de pensar? E que geralmente são pensamentos catastróficos e irreais? Pois bem, o excesso de pensamentos, ou a ruminação cognitiva, são sintomas da ansiedade, e podem atrapalhar profundamente o seu cotidiano.
- Dificuldade de relaxar
Se você não consegue relaxar em nenhum momento, e está sempre ligado no “220v”, se sentindo tenso e inquieto, pode estar ansioso. É como se, a cada vez que você tentasse relaxar e enfim respirar um pouco, aliviando o estresse do seu dia, as preocupações vêm à tona e você não consegue ter momentos de paz.
- Ataques de pânico
As pessoas podem confundir o ataque de pânico com um ataque cardíaco, pois os sintomas são semelhantes, como taquicardia, dor no peito, sudorese e falta de ar. Nesse sentido, é importante que você busque a ajuda de um profissional para esse quadro não evoluir para um transtorno de pânico.
Logo, para diferenciar a ansiedade adaptativa da não adaptativa, talvez seja útil tomar conhecimento de todos os sinais listados acima, e perceber se têm atrapalhado a realização das suas tarefas cotidianas, como trabalhar, estudar, interagir socialmente, entre outras coisas. Não hesite procurar a ajuda de um profissional especializado para lidar com a sua ansiedade. É libertador!
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Referência:
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5. 5.ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
