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Ansiedade e Coronavírus

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Antes da Covid-19, o Brasil já liderava o ranking do país mais ansioso do mundo. Em 2019, 18,6 milhões de brasileiros sofriam com o transtorno, o que representava 9,3% da população. Após a Covid-19, esses dados certamente tiveram um aumento significativo.

O que é ansiedade?

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), os transtornos de ansiedade incluem distúrbios que compartilham características de medo e ansiedade excessivos, e mudanças de comportamentos relacionadas.

O medo é uma emoção relacionada à uma ameaça próxima e real, enquanto a ansiedade é uma antecipação dessa ameaça, que está no futuro e que, muitas vezes, é irreal. 

A ansiedade, portanto, se concentra na antecipação da ameaça, e, por conta da excitação do nosso sistema nervoso autônomo, que prepara o nosso corpo para agir diante dessas “ameaças”, gera o aumento da frequência cardíaca, da tensão muscular, da vigilância e a respiração curta e ofegante, entre outras respostas.

Isso é considerado uma doença quando interfere no funcionamento do indivíduo, prejudicando a realização de atividades cotidianas, e quando a sua duração e intensidade são excessivas.

Uma pessoa com transtorno de ansiedade, por exemplo, superestima o perigo representado por situações como “falar em público”, e pode sofrer intensamente com isso, evitando a sua exposição.

E sabemos o quanto isso pode ser custoso, já que, em muitos momentos da nossa vida, devemos enfrentar essa situação.

Ansiedade e Covid-19

No entanto, no caso da Covid-19, é difícil para os profissionais da saúde, bem como para a própria pessoa, saber se o medo e a ansiedade são excessivos.

É totalmente compreensível demonstrar uma grande preocupação e evitar certas situações, porque estamos lutando contra uma ameaça invisível, porém real.

Logo, temos a sensação de que essa ameaça pode estar em qualquer lugar, e que podemos ser infectados ou infectar outras pessoas a qualquer momento. 

Nesse contexto, percebe-se um aumento dramático dos transtornos de ansiedade e condições relacionadas.

As pessoas geralmente relatam dificuldades de realizar suas atividades, dificuldade de concentração, fadiga, irritabilidade e distúrbios do sono, que acabam afetando a produtividade no trabalho, os relacionamentos com amigos e familiares, entre outras coisas.

Mesmo as pessoas que são mais resilientes, de alguma forma têm sido afetadas. 

Mas então, como lidar com a ansiedade nesse momento?

Controle

A ansiedade está estritamente relacionada a situações em que sentimos que não temos controle. Logo, é importante pensar no que pode ser controlado nesse momento.

No caso, não é muita coisa, mas estabelecer uma rotina dentro de casa, e conquistar um senso limitado de controle e empoderamento pode ajudar. 

Fale sobre isso!

Procure alguém de confiança e com quem você se sinta à vontade para conversar e dizer o que você está sentindo.

Fale sobre seus medos, compartilhe seus pensamentos e experiências.

Dividir esse peso e, muitas vezes, saber que os outros também estão passando por isso, ajuda a diminuir a carga emocional e aliviar a tensão.

Respire

Está sentindo que seus pensamentos estão acelerados, seus músculos estão tensos e seu coração parece um tambor? Respire!

Faça respirações profundas e tranquilas, inspirando em 4 segundos e expirando em 6 segundos.

O nosso aplicativo tem uma ferramenta que pode te auxiliar.

A respiração ajuda a diminuir a ansiedade cognitiva, ou seja, dos nossos pensamentos, e a somática, do nosso corpo.

Organize-se!

A falta de organização pode aprofundar os sintomas de ansiedade. Assim, organize os seus afazeres.

Escreva em um planner ou mesmo no bloco de notas do seu celular as atividades que você precisa realizar naquele dia.

E esses afazeres podem incluir desde tarefas domésticas e do trabalho, até hobbies e atitudes de autocuidado, como ler um livro, fazer as unhas, hidratar o cabelo, etc.

Turn off

Está difícil lidar com a enxurrada de informações ou, em outras palavras, com a infodemia?

Pois bem, limite o seu acesso às informações, estabelecendo o período do seu dia para informar-se sobre os acontecimentos (de preferência, evite o período noturno), e também sobre as fontes em que irá acessar.

A exposição demasiada e de fontes divergentes pode gerar ainda mais ansiedade.

Movimente-se!

Por último, e não menos importante, exercite-se!

Tire pelo menos 30 minutos do seu dia para praticar algum exercício, como yoga ou treino em casa.

É importante ressaltar que o foco, nesse momento, não é manter um excelente desempenho esportivo ou um corpo perfeito, longe disso!

A prioridade é cuidar da sua saúde física e mental, liberando substâncias relacionadas às sensações de bem-estar.

Ainda, caso necessário, não hesite em procurar ajuda profissional!

Sabemos que não estamos passando por um momento fácil, e que um profissional especializado está pronto para te ajudar.

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