Você é daquelas pessoas que, mesmo após uma longa noite de sono, ainda acorda cansado, e que pega facilmente no sono assistindo uma palestra, dirigindo ou mesmo trabalhando? Cuidado! Isso pode ser um transtorno perigoso, conhecido como transtorno de hipersonolência. Abaixo, vamos entender quais são os sintomas, características e principais causas desse transtorno.
Quais são os sintomas?
O transtorno de hipersonolência é caracterizado pela sonolência excessiva, apesar do período de sono principal durar no mínimo 7 horas, apresentando também períodos recorrentes de sono ou de cair no sono durante o dia, ou um período de sono principal de mais de 9 horas que não é reparador, ou na dificuldade de se manter acordado. Esse quadro ocorre pelo menos três vezes na semana, por três meses, e é acompanhado de intenso sofrimento ou prejuízo no funcionamento cognitivo, social, profissional, entre outras áreas da vida da pessoa.
Quais são as características diagnósticas?
As características que apoiam o diagnóstico são a quantidade excessiva de sono (sono noturno estendido ou sono diurno involuntário), a dificuldade de permanecer em vigília (permanecer desperto durante o dia), e a inércia do sono (estado de desempenho cognitivo e sensório-motor prejudicados que ocorre imediatamente após o despertar). Pessoas com esse transtorno podem apresentar um episódio de sono principal de mais de 9 horas, mas com frequência esse sono não é reparador. Em outros casos, o episódio de sono principal pode durar de 6 a 9 horas, mas a sonolência excessiva gera cochilos diurnos involuntários. Esses cochilos são longos (de 1 hora ou mais), não são reparadores nem melhoram o estado de alerta da pessoa.
É importante destacar que esse transtorno pode ser perigoso e até mesmo fatal, já que pode gerar acidentes de trânsito ou mesmo de trabalho se não for devidamente diagnosticado e tratado.
Quais são as possíveis causas?
Os fatores de risco para o desenvolvimento desse transtorno são divididos em fatores ambientais e genéticos/fisiológicos. Dentre os fatores ambientais, destaca-se o estresse psicológico e o consumo excessivo de álcool. Os fatores genéticos/fisiológicos decorrem da hereditariedade, no caso de alguém da família possuir esse transtorno.
Caso você se identifique com os sintomas relatados acima, busque ajuda de profissionais especializados! Além do comprometimento do seu funcionamento cognitivo, social e profissional, você pode estar colocando a sua vida e a de outros em risco.
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Bianca Andrade
Psicóloga (UFSCar), Mestra em Ciências do Movimento Humano (UDESC) e Doutoranda em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem (Unesp).
Referência
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM–5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
