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    Insônia e depressão: quem vem primeiro?
    Sono

    Insônia e depressão: quem vem primeiro?

    16 de março de 2021
    4 minutos de leitura
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    A insônia e a depressão possuem uma forte associação. Estes dois transtornos por vezes caminham juntos e compartilham muitos sintomas. É comum que pessoas com depressão relatem sintomas característicos da insônia, como dificuldades para dormir e episódios de despertar durante a noite ou antes do horário habitual pela manhã. Neste grupo, os índices de distúrbios de sono costumam ser mais elevados do que o encontrado na população geral. Também se sabe que pessoas com insônia estão mais suscetíveis a desenvolver sintomas de depressão em comparação a pessoas com um sono regular.

    A partir disto, o questionamento que surge é: qual vem primeiro? A insônia causa a depressão ou a depressão causa a insônia? A resposta para estas perguntas é bastante complexa e até hoje inconclusiva. Apesar deste mistério ainda persistir, as pesquisas sobre a relação entre estes dois transtornos têm apresentado alguns modelos para explicar este relacionamento.

    As evidências científicas que temos hoje apresentam a relação entre insônia e depressão como bidirecional. As duas condições coincidem em alguns aspectos, seja nos sintomas, no gatilho para o desenvolvimento do transtorno (situações estressoras) ou em formas de tratamento psicoterapêutico (como a terapia cognitivo-comportamental). A insônia persistente também é um fator de risco para a recorrência de sintomas de depressão mesmo em pacientes que se tratam com a psicoterapia. As pessoas que têm insônia e depressão tendem a ter mais crenças equivocadas sobre o sono do que insones sem depressão. Como a psicoterapia para a insônia trabalha com a mudança destas crenças, em geral, estes pacientes apresentam maior resistência ao tratamento e se engajam menos com as recomendações do terapeuta.

    Embora compartilhem fatores em comum, a insônia e a depressão podem surgir de forma independente, visto que pacientes com um transtorno podem nunca desenvolver o outro. Fatores ambientais como a vivência de situações estressoras, estilo de vida e mecanismos de enfrentamento podem influenciar o aparecimento ou não de sintomas depressivos em insones. Para algumas pessoas, a insônia e a depressão (ou outro distúrbio emocional) podem surgir simultaneamente, enquanto para outras, o aparecimento dos sintomas de um antecede os do outro.

    O surgimento e manutenção da insônia e da depressão são frutos de diversos fatores, seja da configuração neurobiológica, genética, de personalidade, fisiológica ou por atitudes comportamentais. Um dos modelos mais populares para estruturar a insônia é o modelo 3P, que propõe que ela se desenvolve e é mantida por fatores de Predisposição, Precipitação e Perpetuação.

    Os fatores de predisposição compreendem os determinantes genéticos, os mecanismos neurobiológicos e traços de personalidade mais propensos à inibição emocional. Eles contribuem para a predisposição ao desenvolvimento do transtorno. Os fatores de precipitação em geral estão ligados a eventos da vida altamente estressores e com forte carga emocional negativa. Estes fatores facilitam o início dos episódios de insônia aguda e estão ligados aos sintomas de depressão. Os fatores de perpetuação são aqueles que reforçam o problema de sono. Preocupação, emoções negativas e pensamentos ruminantes na hora de dormir causam uma excitação psicológica que dificulta o início e a manutenção do sono. Com altos níveis de excitação, se observa redução e fragmentação do sono REM. Isto interfere no processamento de emoções e, com a continuidade do sono desregulado, se cria um padrão de reatividade emocional. O aumento no nível de respostas a estímulos negativos pode facilitar o desenvolvimento de episódios de depressão.

    A partir das informações apresentadas, vimos que não há um marcador de origem e que tanto a insônia pode desencadear a depressão, quanto a depressão favorecer o aparecimento da insônia. Como há um risco maior de que pessoas com insônia desenvolvam sintomas de depressão do que pessoas sem insônia, o tratamento precoce da insônia pode reduzi-lo e funcionar como uma estratégia de prevenção, além de melhorar a qualidade do sono. A terapia cognitivo-comportamental para insônia (TCC-I) é o tratamento não farmacológico com maiores evidências científicas de efetividade e de longevidade dos efeitos. A finalidade deste tratamento psicoterapêutico é trabalhar nos componentes psicológicos de origem e manutenção da insônia. Portanto, caso perceba sintomas da insônia como problemas para iniciar e manter o sono e prejuízos associados em suas atividades diárias por mais de três meses, não hesite em buscar ajuda especializada.

    Marwin do Carmo

    Psicólogo (UERJ)

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