Já se pegou pensando que “era feliz e não sabia” em relação ao sono? Muitas pessoas têm a sensação de que dormiam mais e melhor em alguma época do passado. Isso pode se dar por uma fase atípica, ou pode ser apenas a percepção de algo natural: nós dormimos cada vez menos conforme envelhecemos. Nossos padrões de sono mudam ao longo da idade e é sobre isto que vamos falar no texto de hoje.
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O SONO AO LONGO DA VIDA
Em artigo da Fundação Edson Queiroz (Universidade de Fortaleza), o neurologista e médico do sono, Samir Câmara Magalhães, afirma que “o sono de recém-nascidos e crianças pequenas, por exemplo, chega a ter duração de 15 a 16 horas por dia”. Como o bebê ainda está se desenvolvendo, seu cérebro precisa de mais tempo nas fases de sono. À medida em que vai crescendo, seu ritmo circadiano vai mudando e as sonecas ao longo do dia vão diminuindo.
Na infância, a criança precisa dormir para ter um bom desenvolvimento cognitivo e um crescimento saudável. O hormônio GH, um dos responsáveis pelo crescimento, é estimulado durante o período noturno. Na adolescência é comum ter o sono desregulado, bem como outras alterações orgânicas da puberdade. Embora os adolescentes tenham uma tendência a dormir mais tarde e, consequentemente, desajustar seu ritmo circadiano, a recomendação da quantidade de horas ideal para dormir por noite ainda é elevada (variando entre 8h e 10h) em comparação com adultos.
Para pessoas adultas e idosas a necessidade de sono é diferente. Tanto por haver menor atividade sináptica entre os neurônios, quanto por alterações no funcionamento de alguns hormônios.
MELATONINA X IDADE
A melatonina é o hormônio que, além de nos induzir a adormecer, auxilia na regulação de todo o ciclo circadiano. Porém, alguns estudos demonstram que sua produção tende a diminuir ao longo do tempo. O que significa que a qualidade do sono tende a diminuir quanto mais tardia for a fase de vida.
Alguns pesquisadores, em uma revisão publicada na Revista Eletrônica Acervo Saúde, afirmaram que: “Conclui-se, desta forma, que a melatonina apresenta diminuição com o avanço da idade, tem uma atuação importante no ritmo circadiano, ação sobre o ciclo sono-vigília e reprodução do corpo humano. É sensível à luminosidade, tem uma elevada produção no início da noite e uma baixa na produção no início da manhã”.
Durma melhor e mude a sua vida!
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ESTUDO CIENTÍFICO
Um estudo feito no Reino Unido, publicado na revista científica Neurobiology of Aging, observou que “o processo de envelhecimento afeta negativamente os sistemas que impulsionam a fisiologia circadiana, geralmente se manifestando como sintomas associados a padrões de sono anormais/interrompidos”.
O estudo se propôs a observar os efeitos do envelhecimento em mamíferos e, para isso, observou o comportamento de camundongos. “Comparamos a redefinição da atividade comportamental circadiana impulsionada pela luz em camundongos jovens (1–2 meses) e velhos (14–18 meses) […] Os animais idosos mostraram uma redução significativa na sensibilidade à reconfiguração da fase comportamental pela luz”.
Como a Melatonina é um hormônio fotossensível, isto é, sua produção é impactada diretamente pela presença da luz no ambiente, com o nosso envelhecimento, os sistemas de captação da luz pelo nosso cérebro vão diminuindo seu desempenho. Assim, a produção de melatonina também fica prejudicada.
CONCLUSÃO
No artigo de hoje vimos que as mudanças nos padrões de sono ao longo da vida estão diretamente ligadas às alterações naturais que nosso organismo sofre durante o processo de envelhecimento. Portanto, ressaltamos que quanto maior for a sua idade mais atenção você deve dar aos cuidados com a higiene do sono. Dormir é fundamental para que você desfrute de boa saúde e bem estar. Conte com a UKOR nesta jornada!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1: Disponível em https://www.unifor.br/web/saude/a-importancia-do-sono-nas-diferentes-fases-da-vida-e-seu-reflexo-na-saude
2: HAIMOV I, et al. Sleep disorders and melatonin rhythms in elderly people. BMJ. 1994; 309(6948): 167.
3: BrittoD. B. L. de A., CostaL. F. S. de B., TenórioB. M., MaiaC. S., GomesJ. A. da S., GuedesG. H. F., de OliveiraM. L. F., de MedeirosJ. P., LapaV. S., & TenórioF. C. Ângelo M. (2020). Principais características da ação da melatonina no corpo humano: uma revisão literária. Revista Eletrônica Acervo Saúde, (47), e3121. https://doi.org/10.25248/reas.e3121.2020
4: Stephany M. Biello, David R. Bonsall, Lynsey A. Atkinson, Penny C. Molyneux, Mary E. Harrington, Gurprit S. Lall, Alterations in glutamatergic signaling contribute to the decline of circadian photoentrainment in aged mice, Neurobiology of Aging, Volume 66, 2018, Pages 75-84, ISSN 0197-4580, https://doi.org/10.1016/j.neurobiolaging.2018.02.013. (https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0197458018300563)