Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia [1], a acne é uma doença de pele que acontece quando as glândulas sebáceas se inflamam ou infectam, ocasionando cravos, espinhas, cistos, caroços e cicatrizes.
A acne aparece em regiões do corpo com maiores quantidades de glândulas sebáceas, como por exemplo o rosto, o peito e as costas. Acontece principalmente em jovens, devido a maior produção de hormônios femininos e masculinos características dessa faixa etária. Para o tratamento da acne, é necessário procurar acompanhamento de um médico dermatologista, que saberá avaliar a severidade da acne e prescrever os medicamentos apropriados. Mesmo assim, existem práticas que a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda e que podem ajudar no cuidado com a saúde da pele, como por exemplo:
– Lavar o rosto cerca de duas vezes ao dia com sabão suave
– Evitar o contato frequente das mãos e dos cabelos com o rosto
– Não esfregar a pele nem espremer a espinha, para evitar cicatrizes
– Evitar contato longo com o sol
Sono e saúde da pele
Além dessas recomendações, olhar para o sono também é algo que pode ajudar na manutenção de uma pele saudável. Assim, existem duas maneiras não excludentes de relacionar o sono com a acne, uma delas é analisando como o sono pode ajudar na saúde da pele. De outra maneira, é como a falta de sono pode afetar isso.
Desse modo, o sono tem um papel fundamental na saúde dermatológica. É durante o sono que liberamos o hormônio de crescimento, que ajuda no reparo de células e tecidos, o que restaura a pele. É também durante o sono que o corpo produz a citocina, que ajuda o sistema imune a lutar contra infecções, inclusive aquelas que afetam a pele [2]. Entretanto, com a privação de sono, ocorre um aumento nos níveis de cortisol e das proteínas inflamatórias, o que diminui o poder do sistema imune e aumenta os riscos para problemas na pele [2].
Sono e acne, relação complexa
A acne é uma doença de pele que está relacionada com diferentes impactos na saúde psicológica. Estudos mostram que pessoas com acne apresentam uma menor qualidade de vida e baixa estima, além de estar associado com transtornos como ansiedade e depressão. A acne também está associada com maiores níveis de estresse, que por sua vez podem fazer com que as pessoas se sintam mais cansadas, aumentando as chances de desenvolvimento de transtornos do sono [3]
Além disso, estudos mostram que pessoas com uma menor qualidade de sono apresentam níveis mais severos de acne e vice-versa [4], e que a presença da acne está fortemente associada com a fadiga durante o dia [3]. E o que isso significa? Por um lado, pessoas com um sono de baixa qualidade e/ou insuficiente podem ter mais chances de ter acne. E por outro lado, que pessoas com acne podem ter mais chances de ter um sono de menor qualidade e/ou insuficiente. Desse modo, é importante olhar para esses dois lados da moeda da associação entre acne e sono.
Quais são os benefícios de monitorar o sono do paciente que apresenta acne?
Podemos listar 3 benefícios para o monitoramento do sono nessas pessoas:
1) O sono saudável ajuda na manutenção de uma boa saúde da pele.
2) A falta de sono prejudica nosso sistema imune, que por sua vez deixa nossa pele mais suscetível a problemas.
3) A própria acne pode aumentar níveis de estresse e ansiedade, dificultando ainda mais um sono de qualidade, iniciando um possível ciclo vicioso.
Conclusão
O sono é importante porque ele pode ajudar na manutenção de uma saúde da pele. Assim, é muito importante que o médico dermatologista também tenha conhecimento da rotina de dormir de seus pacientes. Pois pessoas com acne, além de precisarem de acompanhamento dermatológico, podem precisar também do acompanhamento de profissionais do sono, já que a acne tanto pode ser piorada com a falta de sono quanto pode piorar a qualidade do sono, fazendo que um ciclo vicioso se mantenha.
Desse modo, é importante no tratamento de uma pessoa com acne, saber também se ela possui um sono de qualidade. Com um bom sono, a pessoa tem mais chances de ter uma pele saudável e evitar problemas na pele.
Referências
[2] https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0889159115000069?via%3Dihub
[3] https://www.medicaljournals.se/acta/content/abstract/10.2340/00015555-1998