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Sou obrigada a ter um propósito? E se eu não quiser?

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Meses atrás, no consultório de psicologia, me deparei com as perguntas do título acima.

Não foi a primeira vez, diversas indagações sobre a real necessidade de propósito têm sido feitas não só nos ambientes de saúde e qualidade de vida ou em consultórios de psicologia.

O propósito tem sido discutido nos espaços de trabalho, nas conversas entre amigos, nas redes sociais, nos cursos sobre qualidade de vida e em conteúdos relacionados a produtividade e afins. 

Devo ter um propósito?

Quando confrontado com esta pergunta digo que SIM e NÃO. 

Sim?

Por um lado, diria que sim! A jornada necessária para encontrar um propósito pode levar uma pessoa a descobrir e aprender muito sobre si. Isso leva a possíveis compreensões sobre o significado que ela quer dar para a sua vida, já que está relacionada a lidar de forma mais saudável com as escolhas que fazemos e seus resultados. 

Não?

Por outro lado, diria que não. Não é necessário ter um propósito de vida. Pelo menos não quando o conceito não foi realmente compreendido.

Por quê?

Há quem possa ver de forma errônea e entende o tal do propósito como sendo “encontrar o sentido da vida”, “saber o que quero fazer para o resto da minha vida”, ou aqueles que encaram a ideia como sendo uma coisa que vá lhe afastar da vida que tem hoje e que diz gostar.

Muitas vezes a obrigatoriedade de encontrar o seu propósito é colocada junto a diversas outras escolhas complicadas e problemas que sabemos o mal que nos faz, mas que por enquanto não temos de modo tão claro como resolver.

Ter um propósito não significa que você tenha que encontrar o que você quer fazer pelo resto da sua vida ou viver uma vida de desapego ao bem material.

Não significa também que você deve encontrar o seu para poder ter uma vida feliz e produtiva no trabalho e nem para se tornar uma pessoa melhor com os outros. 

Parte de ser uma pessoa melhor para si! 

O propósito 

Seria mais justo colocar o propósito como sendo um resultado de diversos aprendizados. É uma consequência ampla e não somente um tema para viver melhor. 

O que vamos aprendendo em nossas vidas é o que nos constitui. Nossas felicidades, nossos medos, nossos julgamentos e princípios de vida. Porém, nem sempre aprendemos isso de forma clara e, dependendo de o quanto nossa vida é movimentada, os problemas que surgem podem nos afastar de nossas próprias percepções e nos nortear pelas percepções sociais do que pode ser melhor para nós em diversos aspectos.

A melhor maneira de se sustentar, a melhor maneira de se relacionar com nós mesmos e a melhor maneira de lidar com a correria do dia a dia, o que devemos fazer de nosso tempo livre ou como devemos descansar.

Se encontrar não quer dizer que sua razão de viver seja algo completamente diferente do que vivemos hoje.

Os pequenos passos para encontrar esse sentido é o que vai permitir escolher e entender qual o propósito que se encaixa na nossa vida. A vida de uma pessoa pode ser se dedicar a sua família, para o próximo, pode ser produzir algo significativo no trabalho, pode ser ajudar pessoas ou pode simplesmente ser algo direcionado para você.

Calma…

Se você não tem um propósito hoje, não se preocupe. Manter essa ideia como sendo primordial pode nos afastar muito do que acontece hoje em nossas vidas e perdemos oportunidades para nos observar melhor. 

Entender o que somos e o que queremos da vida leva tempo. Não se pressione para alcançar algo que para você ainda não faz sentido. 

Em vez de pensar sobre encontrar seu propósito ou se rebelar contra a ideia de ser obrigado a ter um, pense sobre como você pode resolver pequenas angústias que atrapalham seu dia, o que você pode controlar ou o que te deixaria feliz em cumprir, e primeiro melhore seu dia a dia.

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