Nos últimos tempos, muito sofrimento psicológico tem sido observado pelo fato das pessoas não se sentirem acolhidas ou sequer ouvidas em seu dia a dia. À menor tentativa de compartilhar sofrimentos e situações difíceis do seu cotidiano, são interrompidas imediatamente com “eu já passei por isso e foi assim…”, “nossa, comigo foi muito pior”, “ah isso nem é um problema, relaxa” ou “tem pessoas vivendo algo muito pior do que isso”, entre outras respostas que anulam nossos sentimentos e geram angústia e incompreensão. Comumente, chamamos isso de falta de empatia.
O que é empatia?
Empatia é a capacidade de percepção, sensibilização e experienciação para com os sentimentos e emoções de outras pessoas, sejam eles positivos ou negativos. É uma capacidade pela qual as pessoas compreendem umas às outras, sentem e percebem o que acontece com o outro, como se elas mesmas estivessem vivenciando as experiências alheias. Assim, ser empático envolve as habilidades de escutar, compreender, aceitar e validar as vivências e emoções do outro, estabelecendo uma conexão genuína e sem julgamento.
É importante destacar que a empatia é independente de valores, julgamentos e crenças individuais. Não necessariamente você precisa concordar com os valores e as opiniões do outro, mas pode demonstrar que tem a capacidade de compreendê-lo e respeitá-lo, adotando uma perspectiva de acolhimento e validação de suas vivências e sentimentos.
Autores relatam que a empatia é uma experiência unicamente humana, composta por elementos cognitivos, como tomada de perspectiva, autoconsciência, reconhecimento e compreensão das emoções do outro. E por elementos afetivos, referindo-se à capacidade de vivenciar a emoção do outro. Alguns estudos neuropsicológicos revelam haver uma relação entre a região do córtex pré-frontal com a empatia, sendo uma região relacionada a mecanismos autorregulatórios da vida em sociedade e à capacidade de tomada de perspectiva do outro.
A pessoa nasce empática ou pode aprender ao longo da vida?
A empatia pode parecer um “dom” de algumas pessoas, como se tivessem nascido com a capacidade de ouvir e se colocar na perspectiva do outro. Mas você sabia que é possível aprender e desenvolver a empatia? Seguem abaixo algumas dicas:
- Direcione sua atenção ao que o outro está falando. Deixe de lado o seu celular ou qualquer outra coisa que possa te distrair durante a conversa, apenas esteja disposto a ouvir as experiências do outro, captando o maior número de detalhes possíveis.
- Sinalize que você está ouvindo com atenção. Olhe nos olhos e repita o que o outro diz com suas próprias palavras, indicando que você o ouviu corretamente. Caso não tenha certeza sobre algo, faça perguntas, mas sem julgamentos.
- Não compare as experiências do outro com as suas. Por mais que vocês tenham passado por experiências e eventos semelhantes, cada um tem seu próprio jeito de sentir e reagir a isso. Evite falar sobre suas experiências particulares nesse momento e foque em compreender e acolher o sofrimento de quem vos fala.
- Demonstre respeito pelo outro, ouvindo sem sarcasmo ou rejeição. Caso você discorde de algo, se sinta aborrecido ou irritado, respire fundo e pense na sua principal função nesse momento: entender o outro sem julgar e tentar ver a situação sob a ótica dele. Você pode aprender muito mais do que imagina!
Portanto, tente praticar a empatia! O mundo está precisando de mais pessoas como você!
Referências:
SAMPAIO, L. R.; CAMINO, C. P. S.; ROAZZI, A. Revisão de aspectos conceituais, teóricos e metodológicos da empatia. Psicologia: Ciência e Profissão, v. 29, n. 2, p. 212-227.
<https://www.comportese.com/2015/11/a-dificuldade-de-desenvolver-empatia-na-relacao-terapeutica><https://www.psychologytoday.com/intl/blog/mindful-anger/201809/learn-empathy-in-just-5-steps>