Empatia: se colocar no lugar do outro ou entender como o meu lugar impacta o lugar do outro? Essa é a questão que norteia o episódio 176 do nosso podcast Cuidando de Você, onde recebemos a convidada especialista em empatia, Tatiana Fukamati, que é bióloga e neurocientista, fundadora da Revolução da Empatia, uma empresa que leva a cultura da confiança e da comunicação assertiva empática para dentro das organizações, e acredita que o poder da empatia pode revolucionar a forma como nos relacionamos com as pessoas e com a sociedade.
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Traga um pouco mais de empatia para a sua vida e saiba como cultivar relacionamentos mais profundos, sinceros e saudáveis através deste artigo. Boa leitura!
O que é empatia?
A empatia é um traço fundamental da inteligência emocional e desempenha um papel essencial na construção de relacionamentos saudáveis, na resolução de conflitos e no desenvolvimento da compaixão e da compreensão mútua. Ao explorar o conceito de empatia, é essencial compreender a diferença entre sua definição teórica e sua aplicação prática, como vemos a seguir.
Na teoria, a empatia envolve compreender o que o outro está vivenciando e ser capaz de se conectar emocionalmente, mesmo que não experimentamos exatamente as mesmas emoções. Não se trata de sentir exatamente como o outro, pois isso pode dificultar a capacidade de ajudar, como por exemplo: se um colega está desesperado, não é benéfico que eu também me desespere, pois isso não oferecerá uma solução efetiva para nenhum dos dois.
Na prática, reconhecemos que é quase impossível colocar-se completamente no lugar do outro, devido às nossas diferentes vivências, formações e percepções. Cada indivíduo tem uma experiência única e o mundo nos trata de maneiras distintas, portanto, não podemos afirmar que somos capazes de estar no lugar do outro e sentir exatamente o que ele sente. Empatia é mais sobre entender como o nosso lugar impacta a realidade do outro.
Ainda sobre o exemplo anterior, se eu tenho capacidade de me colocar à disposição do outro eu consigo oferecê-lo uma escuta ativa e assim poder ajudá-lo no seu problema. A empatia verdadeira envolve conexão emocional, onde a alegria do outro nos alegra e a tristeza nos preocupa e ao nos colocarmos à disposição do outro e buscarmos compreender suas emoções e perspectivas, podemos promover uma conexão genuína e significativa.
Nascemos empáticos ou aprendemos a ser?
A empatia é uma característica que pode ser natural, mas também precisa ser desenvolvida e treinada ao longo da vida. Na neurociência, identificam-se janelas de aprendizagem, como a primeira infância e a adolescência, como fases sensíveis para o desenvolvimento da empatia. Durante a infância, é essencial promover o letramento emocional, ajudando as crianças a compreenderem seus próprios sentimentos e assim favorecer conexões emocionais sinceras com as pessoas ao seu redor.
Conforme crescemos, é importante ampliar nossa visão e entender que existem realidades e desafios diferentes dos nossos. No mundo profissional atual, a empatia deixou de ser uma “competência do futuro” para se tornar uma competência fundamental. No entanto, muitos profissionais foram exigidos dessas competências sem terem recebido uma educação que as favorecesse, o que gera o desafio de aprender essas novas habilidades e desaprender comportamentos e padrões antigos que não são mais úteis.
Abordar essa questão dentro das organizações é relevante para oferecer oportunidades de aprendizado e desenvolvimento das competências de empatia. Em um mercado cada vez mais dinâmico, é essencial aprimorar a capacidade de trabalhar em equipe, comunicar-se de maneira eficaz e compreender diversas perspectivas. Essas competências são fundamentais para enfrentar os desafios do cenário atual e garantir o sucesso tanto em nível individual quanto organizacional.
Como dizer não e ser empático?
Brene Brown citou em um dos seus livros: a empatia não pode existir sem limites. Ser empático requer estabelecer fronteiras, deixando claro o que é aceitável e o que não é. Embora seja importante se colocar no lugar do outro em determinadas situações, fazê-lo constantemente pode ser insustentável nas relações. Muitas vezes, vemos pessoas que estão sempre disponíveis para ouvir os problemas dos outros, colocando-os acima de si mesmas. No entanto, essa postura pode levar ao esgotamento, doenças e incapacidade de lidar com a pressão. Embora o desejo de pertencer seja natural, é essencial entender que nosso valor não se resume apenas em atender às necessidades dos outros. Cada indivíduo tem valor próprio dentro de uma relação, e a relação em si também possui valor.
Nas relações interpessoais, fortalecer a autenticidade de ambas as partes é fundamental. Ter segurança para expressar quando estamos bem, quando não estamos e o que precisamos cria vínculos profundos e duradouros. Em meio à agitação do cotidiano, podemos perder a capacidade de dedicar tempo para ouvir e conhecer melhor aqueles que estão próximos a nós. Devemos nos esforçar para compreender realidades diferentes das nossas, especialmente diante da diversidade nas organizações. É necessário estudar, compreender e fazer perguntas para expandir nosso conhecimento e superar as dificuldades em lidar com a diversidade. Cultivar um interesse autêntico pelas pessoas ao nosso redor, sendo próximas ou distantes, é importante para promover relacionamentos saudáveis, como veremos a seguir.
Relacionamentos mais saudáveis
Para construir relacionamentos saudáveis, é essencial dar espaço para que as pessoas sejam autênticas e reconhecer a alteridade, ou seja, a consciência de que cada indivíduo é único e diferente de nós. Compreender essa diferença é o primeiro passo para cultivar a empatia e promover relações genuínas.
Não podemos esperar que o outro seja igual a nós, que tenha os mesmos comportamentos ou gostos. Reconhecer a alteridade nos permite mergulhar no universo do outro, conhecer suas perspectivas e vivências. É nesse ponto que a empatia floresce, pois nos conectamos com o outro em sua singularidade.
Construir relações saudáveis significa enxergar, ouvir e entender o outro de forma autêntica. Respeito e autenticidade são fundamentais nesse processo. Quando nos relacionamos a partir desse lugar, abrimos espaço para um diálogo significativo sobre o que é importante para cada um, criando uma base sólida para a convivência.
Portanto, para construir relacionamentos verdadeiros e saudáveis, é necessário reconhecer e valorizar a diferença, mergulhar no universo do outro com empatia e estabelecer um espaço de diálogo e respeito mútuo, assim cultivando relações mais profundas, autênticas e significativas.
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