Aceite quem você é
É comum mesmo encontrarmos nas ruas cartazes como “trago a pessoa amada em três dias”, “faço amarração para seu amor” e “trago seu amor de volta”, entre tantos outros. Confesso que este último me fez questionar se o “amor” seria uma terceira pessoa, ou o amor próprio, o que particularmente me pareceu mais razoável. Você já parou pra pensar?
Reflexão
Brincadeiras à parte, essas situações nos levam ao questionamento de como as pessoas que se submetem a isso se relacionam consigo mesmas. E essa é uma reflexão importante para todos nós: de que forma tenho me relacionado comigo mesmo? Tenho me valorizado? Respeitado as minhas vontades? Tenho sido gentil comigo? Ou ultimamente tenho me criticado exageradamente? Feito cobranças excessivas? Tenho respeitado mais as vontades dos outros do que as minhas?
Nos Estados Unidos, surgiu o termo self-partnership, que pode ser traduzido como auto-parceria, e refere-se à uma maneira positiva de nos relacionamos com nós mesmos, honrando nossas próprias vontades, aceitando nossos defeitos, abraçando e curando nossas feridas, e investindo no nosso autodesenvolvimento e autorrealização.
E essa auto-parceria não é uma característica restrita às pessoas solteiras. Alguns podem pensar que estar em um relacionamento significa se desfazer de todas as suas vontades, e projetar no outro a responsabilidade por seu bem-estar e desenvolvimento.
No entanto, pessoas que estão em um relacionamento e não são parceiras de si mesmas podem gerar consequências devastadoras, como conflitos excessivos, culpa e frustração.
Claro que estar em um relacionamento pode possibilitar o desenvolvimento mútuo. Mas se os parceiros não se tornarem auto responsáveis por seu bem-estar, pela realização de suas vontades e cura de suas feridas, ficarão sujeitos à um relacionamento de conflitos e frustrações.
Portanto, você pode (e deve) ser “auto-parceiro”, mantendo um relacionamento saudável consigo mesmo, sendo solteiro ou estando em um relacionamento.
Então como ser parceiro de mim mesmo?
Abaixo seguem algumas dicas para melhorar o seu relacionamento consigo mesmo, o que refletirá na qualidade de todas suas outras relações.
Autocuidado
De que forma você tem cuidado de si? Você dorme o tempo suficiente? Pratica alguma atividade física? Consome comidas e bebidas que o fazem se sentir bem? Tem dedicado tempo para cuidar da saúde do seu corpo e da sua mente? Dedique e invista tempo para cuidar de você mesmo!
Permita-se fazer coisas que lhe são prazerosas
Você tem dedicado tempo para fazer coisas que realmente gosta? Como ler um livro, ir ao cinema, sair com os amigos, ou mesmo assistir sua série preferida? Algumas pessoas pensam que só devem fazer coisas prazerosas aos finais de semana ou ao cumprir todas suas tarefas e afazeres, caso contrário, são taxadas de preguiçosas.
Mas se engajar em atividades que você realmente gosta de fazer melhorará não só a sua vida, como a das pessoas que estão ao seu redor. Isso porque é difícil se relacionar com os outros quando estamos em um constante estado de cansaço e estresse.
Saiba dizer não
Algumas pessoas pensam que para serem aceitas, queridas e agradáveis devem dizer “sim” para tudo, mesmo quando gostariam de dizer “não”. Ou seja, acabam desrespeitando as próprias vontades numa tentativa de agradar o outro.
No entanto, aprender a dizer “não”, sem precisar se explicar demasiadamente e respeitando a si mesmo, pode ser libertador e agradar ainda mais os outros, ao ser verdadeiro e coerente com as suas ideias.
Autocompaixão
Autocompaixão não é de ter dó de si mesmo, ou de valorizar apenas os nossos pontos positivos. Ela é uma forma de nos relacionarmos gentilmente, aceitando nossos pontos fortes e fracos. Ter autocompaixão significa compreender que a experiência humana é composta por acertos e falhas, e você não precisa se julgar com tanta dureza ou severidade. Não seja tão duro com você mesmo, não se cobre tanto.
É imprescindível que você aceite quem você é, e se ame por isso. Afinal, ninguém fará isso melhor do que você mesmo!
Baixe nosso app e tenha acesso a todo o conteúdo em vídeo, textos , podcasts e muito mais.
Referências:BARTZ, J. Why Everyone Should Be Self-Partnered. Disponível em: <https://www.psychologytoday.com/intl/blog/my-pleasure/201911/why-everyone-should-be-self-partnered>