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Memória: Entenda como o sono pode ajudar!

Sono e memória

Muita gente sabe – ou pelo menos tem uma leve noção – que o nosso cérebro trabalha enquanto dormimos. Deduzimos isto quando sonhamos, por exemplo. Mas, uma tarefa importante que o cérebro realiza enquanto dormimos é a codificação de informações para que possamos retornar a elas quando quisermos, ou seja, em outras palavras, o sono é fundamental para a memória! Vamos entender um pouco mais sobre isso?

O que é memória?

Imagine que no seu cérebro existe um grande almoxarifado, um galpão onde se guarda coisas. O procedimento de armazenar as coisas lá é “automatizado”, isto é, você não vê quem está coordenando, mas sempre que precisa de algo, pode contar que estará na prateleira certa, com a etiqueta certa. Isto acontece porque nosso cérebro é muito eficaz nessa tarefa e “trabalha no turno da noite”, ou, pra ser mais específico, trabalha enquanto dormimos.

O que conhecemos como “aprendizagem” é o processo de guardar informações neste galpão. Para isso, o cérebro faz uma seleção criteriosa entre o que você vai guardar e o que vai ser descartado.

Por exemplo, quando alguém pergunta “quanto é seis vezes doze?”, você vai lá neste galpão, procura pela prateleira “aulas de matemática do ensino fundamental”, procura pela caixa “multiplicação e tabuada”, procura pelo procedimento que aprendeu para resolver esta conta, realiza este procedimento – às vezes com a ajuda de papel e caneta – e chega a uma resposta. Tudo isso em segundos! Graças à organização que o cérebro fez.

Este processo de “entrar no galpão para pegar uma coisa” é o que chamamos de “memória”. Em outras palavras, memória é a capacidade de resgatar informações armazenadas no cérebro.

A neurociência estuda estes processos. Alguns problemas já foram detectados, como, por exemplo, pessoas que não conseguem guardar as informações, pessoas que guardam, mas não conseguem acessar, enfim, vários distúrbios possíveis. Uma destas descobertas foi em que momento o cérebro faz este procedimento de organizar e guardar informações captadas ao longo do dia? A resposta: quando dormimos!

O que acontece quando (não) dormimos?

Consolidação é o nome que se dá para o processo de transformar memórias de curto prazo em memórias de longo prazo. Lembra que falamos que este processo acontece quando dormimos? Pois, então, há muitos anos estudiosos procuram demonstrar o papel do sono neste processo de consolidação, e recentemente (do início dos anos 2000 pra cá), algumas descobertas interessantes foram feitas.

Nosso sono tem um ciclo de cinco estágios, como falamos neste outro artigo aqui do blog. Os estágios nREM (non-Rapid Eyes Movement, “Movimento ‘Não-Rápido’ dos Olhos” em tradução livre) são quatro. O primeiro é um estado de vigília, no segundo acontece um relaxamento do corpo e do cérebro, o terceiro é um estágio de introdução ao sono profundo e o quarto é o sono profundo em si. O quinto e último estágio é chamado de REM (Rapid Eyes Movement, “Movimento Rápido dos Olhos” em tradução livre) que é quando acontecem os sonhos.

Já era conhecido que nos estágios nREM o cérebro realiza a catalogação e o armazenamento de informações e no estágio REM estas informações são recombinadas de formas distintas. Talvez por isso os nossos sonhos tenham elementos de coisas que vivemos naquele dia, misturados a coisas que vivemos há muitos anos e, em geral, fugindo à lógica racional. É o cérebro assimilando as informações novas que chegaram, e quando “guarda as caixas”, algumas “se esbarram na prateleira”.

As novas descobertas são que dentre os quatro estágios do sono nREM, o estágio quatro é onde acontece maior atividade no hipocampo (área do cérebro responsável pela memória). Este quarto estágio também é conhecido como SWS (Slow Wave Sleep) pois é o estágio em que as ondas cerebrais estão mais lentas. Como é o estágio de sono mais profundo, a associação que os estudiosos descobriram foi: quanto melhor a qualidade do sono – isto é, quanto mais tempo de sono profundo –, melhor será a memória de longo prazo.

O contrário também foi percebido em estudos. Pessoas com privação de sono, ainda que fosse apenas uma noite, apresentaram dificuldades em realizar tarefas cognitivas que envolviam a memória. Todos os estudos podem ser conferidos na referência bibliográfica abaixo.

Para ter uma memória melhor, precisamos dormir mais e melhor. Não basta apenas cuidar da quantidade de horas dormidas, mas também da qualidade deste sono. Para isso, cuidados como o preparo do ambiente onde se dorme, até a prática de exercícios físicos e cuidados alimentares podem ajudar. Estas e mais dicas estão todas disponíveis em nosso blog. Conte com a UKOR pra te ajudar a melhorar a qualidade do seu sono.

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MARQUIOLI, Vanessa Souza Fassarela. A INFLUÊNCIA DO SONO NA MEMÓRIA E EMOÇÃO. 2011, UFMG. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-99WF2K/1/a_influ_ncia_do_sono_na_mem_ria_e_emo__o.pdf

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