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Depressão: causas e efeitos protetores da atividade física

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A depressão é um problema de saúde generalizado, que inclui problemas emocionais, cognitivos, comportamentais e psicomotores, e altamente prevalente na população. Só no Brasil, 5,8% da população sofre de depressão, o que significa aproximadamente 12 milhões de brasileiros com esse transtorno. A média global é de 4,4%, colocando o Brasil no topo do ranking no número de casos na América Latina. 

Compreender a Depressão

É comum as pessoas associarem a depressão apenas aos eventos que ocorrem em seu dia a dia: “Está depressivo porque terminou com o namorado”, “entrou em depressão porque perdeu o emprego”, “está assim, triste e depressivo, porque um parente próximo faleceu”.

O que devemos compreender é que a depressão é um transtorno mental causado por múltiplos fatores, sejam eles individuais, genéticos, ambientais, nutricionais e/ou bioquímicos, entre outros, e não apenas por acontecimentos do nosso cotidiano.

Assim, nos últimos tempos, observou-se progressos sobre a compreensão multifatorial da depressão, e pesquisadores têm buscado identificar mecanismos e biomarcadores associados a esse transtorno.

Entre os mecanismos que ganharam maior atenção estão os imunológicos, que promovem a resposta natural do corpo para se proteger contra lesões, infecções, inflamações e estresse.

Nesse sentido, sabe-se que o cérebro regula processos imunológicos através da modulação de neurotransmissores, hormônios e citocinas, e descobriu-se uma relação entre processos inflamatórios e a depressão.

Isso significa que os processos inflamatórios no nosso corpo podem estar relacionados à depressão. 

E o que essas descobertas têm a contribuir?

Levando-se em consideração que os processos inflamatórios estão relacionados à depressão, formas de prevenção e tratamento alternativos podem surgir, como os focados nos mecanismos imunológicos.

Nesse sentido, pesquisas paralelas têm demonstrado que a falta de atividade física causa processos inflamatórios, como o acúmulo de gordura visceral, inflamação persistente de baixo grau e, assim, ao aumento do risco de depressão. 

E a atividade física?

Em contrapartida, níveis adequados e regulares de atividade física exercem efeitos moduladores imunológicos e antidepressivos positivos, mesmo em pessoas que não se submeteram ao tratamento convencional com medicamentos.

Alguns estudos inclusive apontam que os efeitos da prática de atividade física se comparam ao tratamento com medicamentos antidepressivos e terapia cognitivo-comportamental em casos de depressão leve a moderada.

Além dos efeitos anti-inflamatórios, os efeitos terapêuticos da prática de atividade física sobre a depressão estão relacionados à otimização do nível e função dos neurotransmissores, da regulação hormonal e de fatores neurotróficos. 

Assim, além dos inúmeros benefícios da prática de atividade física para o corpo, como a redução do risco de hipertensão, doenças cardíacas, acidente vascular cerebral (AVC), diabetes, prevenção do câncer e quedas em geral, estudos têm indicado que a prática de atividade física regular e à longo prazo pode agir como prevenção e tratamento em casos de depressão leva à moderada, em todas as faixas etárias.

Isso aponta para uma possibilidade de prevenção e tratamento de baixo custo, seja para os indivíduos ou para os sistemas de saúde pública, e com baixo risco de efeitos colaterais. 

E aí, vamos nos mexer? 

Convide amigos e familiares para praticar atividade física! Além da saúde física, pense nos inúmeros benefícios para a saúde mental que você estará promovendo e “compartilhando”! E lembre-se: é importante encontrar uma atividade física que seja prazerosa para você!

Referência

PHILLIPS, C.; FAHIMI, A. Immune and Neuroprotective Effects of Physical Activity on the Brain in Depression. Front. Neurosci, v. 12, n. 498, p. 1-22, 2018.

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