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Como lidar com os efeitos psicológicos da quarentena?

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O que é quarentena?

Em meio à pandemia da Covid-19, temos ouvido falar bastante sobre quarentena e isolamento social nos meios de comunicação, geralmente como sinônimos. Mas você sabia que esses dois termos são diferentes? Saberia diferenciá-los? O isolamento é a separação de pessoas que já foram diagnosticadas com uma doença contagiosa. Já a quarentena é a restrição de movimento de pessoas que foram potencialmente expostas a uma doença contagiosa, durante o período de incubação da ameaça. 

Nesse sentido, muitos países têm adotado a quarentena como medida protetiva contra o avanço da Covid-19, o que geralmente é uma experiência desagradável para quem deve segui-la. Entre as mudanças, estão separação e isolamento dos amigos e familiares, a perda da liberdade, o afastamento do trabalho, a incerteza sobre a doença e sobre o futuro. Tais mudanças podem gerar diversos efeitos negativos, tanto físicos, sociais, econômicos e psicológicos.

Quais os efeitos psicológicos da quarentena?

A quarentena já foi adotada em outros momentos, como durante a luta contra a síndrome respiratória aguda grave (SARS) na China e no Canadá em 2003, e contra o ebola nos países africanos em 2014. E estudos realizados após esses eventos apontaram vários efeitos psicológicos negativos em indivíduos que ficaram em quarentena. Dentre esses efeitos, observou-se a depressão, medo, estresse, irritabilidade, insônia, estresse pós-traumático, raiva, confusão e exaustão emocional. Esses distúrbios psicológicos foram verificados de curto à longo prazo, ocorrendo tanto durante quanto após 3 anos do término da quarentena.

Quais fatores geram estresse durante a quarentena?

  • Duração da quarentena

Estudos mostram que quarentenas mais longas estão associadas à pior saúde mental, especificamente, aos sintomas de estresse pós-traumático e raiva.

  • Medo de infectar ou ser infectado

O medo de ser infectado ou de infectar amigos e familiares é uma grande fonte de estresse, e estudos apontam que a preocupação é ainda maior em mulheres grávidas ou entre aqueles que têm filhos pequenos. Além disso, há uma preocupação maior quando se experimenta algum sintoma físico potencialmente relacionado à doença. 

  • Frustração e tédio

A perda da rotina habitual, o afastamento do trabalho e dos estudos, o confinamento e o reduzido contato físico e social causam tédio, frustração e uma sensação de isolamento com o mundo. 

  • Dificuldade de adquirir suprimentos

A dificuldade de acesso à suprimentos básicos como comida, água ou medicamentos durante a quarentena é uma fonte de estresse intimamente associada à ansiedade e raiva. 

  • Informações inadequadas

As informações precárias, divergentes e/ou insuficientes dos órgãos públicos e de saúde pública podem gerar ainda mais efeitos psicológicos, devido à confusão e dúvidas sobre as ações que devem ser tomadas no período de quarentena. Além disso, o bombardeamento de informações (infodemia) e a circulação de fake news podem ser um fator significativo para a ansiedade e estresse. 

  • Aspectos financeiros

O prejuízo financeiro é um grande problema durante a quarentena, já que algumas pessoas devem interromper suas atividades profissionais de forma abrupta, sem planejamento. E pior, os efeitos financeiros da quarentena são duradouros, gerando distúrbios psicológicos como raiva e ansiedade meses após o término da quarentena. 

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O que pode ser feito para lidar com os efeitos psicológicos da quarentena?

Como vimos, os efeitos psicológicos podem ser notados tanto à curto quanto à longo prazo. Assim, torna-se necessário fazer um planejamento eficaz do período de quarentena, atendendo às necessidades individuais e coletivas. 

  • Manter a quarentena a mais curta possível

Restringir o tempo de quarentena ao que é cientificamente razoável, dada a duração de incubação do vírus, é essencial, já que quarentenas mais longas estão associadas à piores efeitos psicológicos. Nesse sentido, é preciso que cada um, de forma individual, faça a sua parte pensando no coletivo, pois se uma parte da população não adere à quarentena, maior será a sua duração para todos. 

  • Fornecer o máximo de informações verdadeiras possíveis 

Garantir que aqueles que estão em quarentena tenham um bom entendimento da doença e dos motivos da quarentena é essencial para manter a calma e tranquilidade, bem como a sua adesão. A não informação ou desinformação pode causar avaliações ou previsões catastróficas, que geram pânico, ou negligentes, que causam a não aderência aos cuidados necessários. 

  • Fornecer suprimentos adequados

É necessário garantir que as pessoas em quarentena tenham acesso aos suprimentos suficientes para suas necessidades básicas, de forma a conter o avanço do pânico e ansiedade.

  • Reduzir o tédio 

A restrição de atividades pode gerar tédio e, assim, pessoas em quarentena devem ser orientadas sobre quais atividades alternativas podem realizar. Entre as estratégias, está a criação de uma nova rotina, que inclua o trabalho, os estudos, uma atividade física e exercícios mentais e de enfrentamento e manejo do estresse, como a meditação. 

  • Melhorar a comunicação

Ter um celular com internet agora não é luxo, e sim uma necessidade. Particularmente, as mídias sociais podem ter um papel importante na comunicação com os que estão longe, permitindo que as pessoas em quarentena conversem e atualizem seus amigos e familiares. Isso pode reduzir sentimentos de isolamento, estresse e pânico. 

  • Praticar o altruísmo e a empatia

Nesse momento, devemos pensar não apenas em nós, mas naqueles que estão ao nosso redor. E isso tanto em relação à saúde, ao cuidado de não infectar ou ser infectado por outras pessoas, até às compras conscientes nos mercados e farmácias, às ações coletivas de ajudar profissionais da saúde e os mais necessitados, entre outras coisas. 

Portanto…

Enfim, podemos perceber inúmeros impactos psicológicos da quarentena. No entanto, não ter a quarentena e permitir a propagação da doença poderia ter efeitos ainda piores. Assim, sendo a quarentena essencial nesse momento, devemos tomar cuidados e medidas para garantir que essa experiência seja a mais tolerável possível.

Isso pode ser promovido através de informações fidedignas, que expliquem o que está acontecendo, quais são os cuidados necessários e quais são as atividades alternativas que as pessoas podem realizar, além e garantir os suprimentos básicos e reforçar o senso de altruísmo e empatia que as pessoas deveriam sentir nesse momento. 

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