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Aceitação: Como posso “aceitar”?

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Por que devemos “aceitar”?

Talvez, nos dias de hoje, a ideia de “aceitar” esteja relacionada à aceitação de eventos negativos, e ao enfrentamento de situações que certamente evitaríamos se pudéssemos. Você tem que “aceitar” o término de um relacionamento, a morte de um ente querido, a perda de um emprego, entre outros acontecimentos desagradáveis. Nesse contexto, algumas pessoas podem associar a aceitação à noção de fracasso, falha e fraqueza, entre outras sensações que remetem à impossibilidade de controlar certas situações que nos ocorrem, e que “tudo que nos resta é aceitar”.

No entanto, a Psicologia tem abordado a aceitação de uma forma diferente e positiva, indicando que o fato de aceitar eventos e sentimentos negativos é uma maneira humana – já que todos passam por situações desagradáveis e experienciam emoções como tristeza, raiva e angústia –, e eficaz de lidar com as diversas situações que ocorrem no nosso dia a dia.

Isso não significa adotar uma postura passiva ou de resignação diante do que nos ocorre, mas como uma prática de se expor às experiências sem tentativas de modificação, controle ou fuga destas.

Isso porque as tentativas de modificação ou fuga de eventos e sentimentos negativos podem gerar um efeito oposto. Ao invés de aprendermos a lidar com essas situações de maneira adequada e eficaz, que são essenciais para nossa aprendizagem e desenvolvimento, nos tornaremos experts em fugir destas situações, nos privando de diversas vivências e oportunidades.

Por que devo aceitar?

Aceitar não se trata de uma fraqueza ou falha. A aceitação envolve mudar a forma de enxergar e de transformar o modo como somos afetados pelas coisas que nos ocorrem. Ou seja, envolve aceitar que não temos o controle sobre tudo, e que devemos experienciar de forma receptiva tanto as coisas boas quanto ruins que nos ocorrem.

Assim, a nossa atenção fica livre para voltar-se ao que podemos efetivamente fazer e controlar em nossas vidas.

Como posso “aceitar”?

1.Entenda que se trata de um aprendizado

Por vezes temos a sensação de que nossos problemas devem ser resolvidos com urgência, de uma só vez. No entanto, não é a velocidade que importa, mas sim a qualidade do aprendizado, ou seja, o quanto essa experiência se torna parte efetiva de nossas vidas.

Assim, permita-se o tempo necessário para aceitação da situação e dos sentimentos decorrentes, seja pelo término de um relacionamento ou pela perda de um familiar.

2.Procure colocar em palavras o que você sente

Quando conseguimos colocar em palavras o que sentimos atribuímos uma forma e até mesmo um significado. Tornamos passível de observação e é exatamente por meio desse exercício de observação e percepção que conseguimos elaborar melhor o que estamos sentindo.

3.Quais são os acontecimentos de sua vida que você controla?

Nos vários contextos da sua vida, quais são coisas que você realmente tem controle? O que depende somente de suas ações para dar certo? Saber o que está sob o seu controle e o que não está pode ajudá-lo (a) no processo de aceitação e evita tentativas frustradas de controle sobre o que você não tem.

Se permita pensar sobre a sua vida, e vivenciar tanto as coisas boas quanto ruins! Afinal, nenhuma experiência será em vão, “se não é bênção é lição”.

Referências: 

Hayes, S. C., Strosahl, K. D., & Wilson, K. G. (2009). Acceptance and commitment therapy. American Psychological Association.

Villatte, M., Villatte, J. L., & Hayes, S. C. (2015). Mastering the clinical conversation: Language as intervention. Guilford Publications 

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